Outros sinais
Para mim tão importante como saber ler o mar, (reconhecer um fundão, saber se o mar está a pôr ou a tirar areia, conhecer a morfologia do pesqueiro....) é saber o porquê de ali se encontrar peixe.
O mais certo é que o peixe se ande a alimentar, então procuro sempre reconhecer o seu alimento em cada pesqueiro.

Tenho pescado em locais onde penso que o robalo se alimenta de choco (Sepia officinalis).
As ovas de choco passam despercebidas a muitos pescadores desportivos, porque a sua aparência é idêntica a algum tipo de alga.
Os ovos, de cor negra e piriformes, dispõem-se como que em cachos e são colocados sobre diversos substratos: algas, zosteras, pedras, tubos de espirógrafos e outros.

Tenho encontrado posturas em baías e enseadas abrigadas da rebentação, o robalo não só se alimenta dos progenitores na época de postura como depois se vem alimentar dos alevins em crescimento.

Outro dos possíveis alvos da voracidade dos robalos são as enguias da areia (sandeel).
As imitações mais conhecidas são as da marca Redgill e Ragot


São pequenos peixes que se deslocam em cardume e que fazem as delicias do robalo, ao mais pequeno sinal de perigo enfiam se na areia deixando a cabeça de fora.
Existem locais onde se pesca com este pequeno peixe vivo directamente no anzol (Aveiro).
Por várias vezes tenho as encontrado em pequenos bancos de areia, onde vou apanhar Tiagem.

Outro dos dos sinais que podemos em atenção ,e que eu tenho sempre como um dos mais determinantes é o caranguejo Pilado.

Sempre que este caranguejo se encontra em águas mais próximas da costa, é certo que grandes peixes se andam a alimentar ( sargos, douradas e robalos entre outros ), no verão cheguei a capturar robalos com 3 e 4 pilados no bucho.
Os pescadores profissionais guardam los em "caixas" flutuantes e utilizam no para iscar os aparelhos.

Depois temos aqueles sinais mais visíveis, como é o caso dos cardumes de Petinga que ao serem atacados saltam em debandada fora de água ou como me aconteceu este ano ver Petingas mortas na areia da praia junto à rebentação.

Deixo para um próximo artigo outros tipos de "sinais" que nos podem dizer onde encontrar o nosso peixe e saber como utilizar os nossos recursos.
Meus amigos por vezes temos lá tudo é uma questão de aprender a ler e aproveitar.

Nota:Para elaborar este artigo recorri a fotos disponibilizadas na net, assim com a parte de algum, texto.

2 Fazer comentário:

Anónimo disse...

Bom artigo Pedro

Realmente por vezes os nossos olhos não vêm tudo (os sinais)...

Um forte abraço
Sérgio

Pedro batalha disse...

É verdade Sérgio, por vezes existem "sinais" que nos passam ao lado, mas com o tempo vamos aprendendo a identifica-los.
Obrigado e abraço