Análise de material e o meu record de Sargo
Neste relato pretendo falar-vos de três jornadas de pesca ao Sargo à bóia em falésia e ao mesmo
tempo analisar os materiais utilizados no contexto em que a qualidade (ou não) nos proporcione
um final feliz quando ferramos grandes exemplares.Em algumas das ultimas jornadas que fiz ao
Sargo os grandes exemplares apareceram e tive a sorte de conseguir concretizar algumas
capturas mas outras acabaram por ficar pelo caminho, seja por azar ou por alguns pormenores
que irei aqui analisar.Na primeira jornada como as águas estavam abertas optei por pescar fino
o que é sempre um risco no caso de aparecerem grandes exemplares. O arranque de um Sargo
grande pode por vezes não ser muito violento mas um Sargo velho quase sempre procura encovar
por vezes em fendas muito estreitas e depois conseguir forçar para o tirar de lá exige um bom fio
porque a rocha afiada, o perceve, o mexilhão ou as lapas partem muito facilmente a linha do
estralho.Neste dia O 4 exemplar que ferro é um Sargo velho, negro daqueles que fazem bater o
coração. A luta é forte e o peixe tenta várias vezes uma fenda que conheço perfeitamente e que
sei que se ele lá entrasse muito provavelmente já não iria sair. Forcei com calma, o peixe acabou
por ceder e perder as forças. Depois vem a parte em que vamos içar o peixe, estando a uns bons
metros de altura com mar calmo meter o cesto será sempre o mais indicado mas naquele caso
optei por içar a peso. Foi um belo exemplar de 1.650g.Material utilizado: Cana Tica Taurus
6metros; carreto ShimanoTP 6000fb; multi 0.19 no carreto; fluocoating 0.25 no estralho.O conjunto
que estava a utilizar dava-me confiança para e tal e o que é certo é que o peixe veio para seco
mas foi um testeexcelente ao material. Relativamente ao comportamento da cana mostrou estar
à vontade e não a senti no limite o que me levou a pensar que iça a peso mais de 2 kg. O carreto
esse apenas confirmou que não há qualquer tipo de problema com exemplares grandes e não
mostra nenhumponto de fraqueza. O fio desde que esteja em boas condições (sem estar ofendido)
e desde que seja de uma marca razoável/boatambém não será problema quando acompanhado
por um restante material de qualidade que inclui também um bom anzol.
Na segunda jornada e devido a um problema no meu shimano tp6000 que já se andava a arrastar
à meses acabei por levá-lo aoarranjo e por curiosidade levei um carreto que adquiri para o spinning
para ver qual o seu desempenho neste tipo de pesca.Esse carreto é o Shimano rarennium 4000
que utilizei em muitas jornadas de spinning e que deu boas provas a pescar junto à água.Neste
dia o mar estava bem mexido com enchios grandes, águas oxigenadas.A cerca de 45 minutos de
anoitecer acabei por "dar com eles".Eram peixes de bom porte mas desde logo comecei a pensar
"será que este carreto aguenta" visto que estava a pescar bem alto. Os primeiros Sargos foram
na casa das 700/800g e o carreto tranquilo até aparecer um Sargo na casa do 1.5kg que de
imediato tive medo de içar, neste caso optei por meter o cesto o que correu mal porque alguns
enchios grandes não deixaram o peixe entrar no cesto antes de partir numas pedras. Os exempla-
res seguintes já foi com a ideia "ou vem ou não vem". Optei por um fio mais grosso 0,30 e com os
peixes ferrados na água não tive problemas em força-los e na altura de içar percebi que o carreto
não pode passar muito daquilo, 3 Sargos de 1.200g, 1.100 e 950g seguidos e o carreto apesar
de responder bem sentia-se que não tinha sido concebido para tal. Utilizeio mesmo material da 1º
jornada excepto o carreto e considero que tudo acabou por ser diferente até a minha própria
prestação em acçãode pesca. Capturei 7 Sargos e perdi 8 alguns deles por ter hesitado em içar
ou meter o cesto.
A terceira jornada acaba por confirmar o que disse anteriormente. Num dia de mar com uma cor
linda mas com uma ondulação brutal que já nem deixada estar sempre à pesca o próprio peixe
acabou por se afastar. Realizei apenas 3 capturas mas a ultima já rente à noite acabou por ser de
um exemplar fantástico. O material que utilizei foi o mesmo da 2ª jornada o que mais uma vez
punha uma pressão muito alta sobre o carreto. Num dos últimos lançamentos da jornada ferrei um
exemplar de grande porte que de imediato se meteu dentro de uma fenda, neste caso pude forçar
pois estava a pescar grosso e com um estralho novo. Tirado o peixe do buraco e depois de o
"matar" pedi ao Nuno Costa que me ajudasse agarrando na cana para eu meter o cesto. As coisa
com o cesto não correram com a velocidade desejada e uma série de enchios levaram o peixe
para uma zona de pedras quase a seco. Tentou-se tirar o peixe a peso mas apesar de a cana
aguentar o carreto logo na primeira volta estalou e não mexeu mais (insistindo teria partido a roda
de coroa quase de certeza).Acabei por meter o cesto e o peixe lá veio também com a preciosa
ajuda do Nuno. Foi o meu maior exemplar até hoje, pesou 2kg (1.980g)já em casa.
Concluindo, por mais calma e destreza que tenha o pescador considero que estar equipado com
bom material faz toda a diferença quando estamos a falar de capturar grandes exemplares à bóia.
Material de qualidade pode ser uma ajuda enorme assim como um pouco de sorte também é
sempre bem vinda.
Cumprimentos
Sérgio Tente